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Jornada literária • Sua Vida me Pertence (capitulo 15) | Blond Fox

✨ Sua Vida me Pertence ✨
Capítulo 15 - E agora?



Odete matou Maria…

A noite estava gelada e o vento uivava entre as árvores, enquanto Odete escutava atentamente os últimos suspiros agonizantes de Maria. Agora, ela estava morta, vítima da brutalidade e da fúria de Odete.
Sozinha, Odete contemplava o corpo sem vida de Maria aos seus pés. Voltava à realidade e não sabia o que fazer agora, desesperada com o corpo da vítima em sua frente. Odete permanecia imóvel, com o olhar fixo naquele momento terrível. Desejava desesperadamente se livrar do corpo o mais rapidamente possível.

Odete pensou em várias opções, como levar o corpo para um lugar remoto onde ninguém o encontraria, mas essa opção parecia arriscada e, além disso, não era viável. Outra opção seria cortar o corpo em vários pedaços e enterrá-lo em locais diferentes, porém, isso também era arriscado e exigiria muito esforço. Ainda desesperada, ela não havia tomado nenhuma decisão quanto ao que fazer com o corpo. Finalmente, Odete decidiu forjar um acidente como forma de se livrar do corpo. Com isso, ela poderia afirmar que a morte de Maria foi um acidente fatal, sem qualquer intenção de causar dano. Dessa forma, ela poderia continuar sua vida sem preocupações. Para executar esse plano, Odete teve que elaborar um acidente convincente e bem planejado. Isso exigiria cuidado e precisão para que tudo parecesse um acidente genuíno e não levantasse suspeitas.  Odete pensava cuidadosamente nos detalhes. O acidente deveria parecer totalmente real e natural. Ela estava completamente concentrada em cada aspecto do plano e em vários cenários possíveis, analisando qualquer complicação ou imprevisto que pudesse surgir.  Odete estava com pouco tempo disponível. A família poderia chegar a qualquer momento, e ela ainda não havia conseguido realizar o plano.

Nervosa, ansiosa e temendo a chegada de todos, ela estava em um momento de desespero. Finalmente, a família retornou, e Odete ainda não havia aplicado o seu plano. De longe, podiam-se ouvir os gritos dos meninos clamando por Maria. "Mãe, mãe..."

Odete correu até a frente da casa para esperar pela família e evitar que eles entrassem. Era uma noite com muita neve, em que seus pés afundavam na neve espessa, dificultando a locomoção rápida. Odete conseguiu impedir que entrassem ao dar uma desculpa vaga. Em um gesto teatral, ela segurou José pelas mãos, com voz trêmula e lágrimas nos olhos, e relatou o ocorrido. Disse que Maria havia caído da escada. Odete havia preparado um relato detalhado sobre o incidente desde que havia chegado à casa. Pensou cuidadosamente em todos os detalhes de sua história. Odete começou a narrar que, ao chegar ao local, notou que a porta estava aberta, com arranhões profundos na madeira. Ao olhar para dentro, avistou Maria no chão, já sem vida. Contou que, em seguida, ela passou pela casa procurando por alguém e percebeu que alguns móveis da sala estavam parcialmente destruídos. De acordo com ela, ao subir as escadas, que estavam molhadas pela neve impulsionada pelos ventos, havia sangue no corredor, como se alguém estivesse rastejando para se proteger. Na sequência, Odete mencionou que havia vários vidros quebrados no quarto principal da casa, que se encontrava próximo à varanda. Além disso, as persianas estavam no chão, como se algo tivesse derrubado tudo de repente. Essa situação, segundo ela, suportava sua narrativa, de como Maria tentou se defender de algo que havia invadido a casa por meio de um ataque surpresa.

Todos expressaram tristeza diante da situação complicada. Eles reconheciam que a falta de luz no local, além das muitas sombras, poderia ter complicado a visão de Maria, impedindo-a de ver o animal que havia atacado. A família estava devastada com a perda de Maria e aceitou a justificativa de Odete, concordando que poderia ter sido um animal selvagem que a havia atacado.

Devido ao elevado isolamento do vilarejo em relação à capital, as famílias locais normalmente contavam os pastores das pequenas igrejas próximas para notificar a morte da família. Isto era feito para permitir que os pastores pudessem oferecer condolências e encaminhar as almas para um lugar melhor. A longo caminho até a capital exigiria um esforço considerável, por isso, as famílias preferiam resolver rapidamente a situação e enterrar os seus familiares sem a necessidade de envolver as autoridades, uma prática bastante comum naquele lugar.                        O pastor tentou confortar o coração da família naquele momento difícil. Ele rezou em súplica, pedindo a vontade de Deus, enquanto implorava por Maria, mulher e esposa. Foi implorado por um bom lugar para a alma dela. Em um tom de voz elevado, ele pediu que Deus abençoasse aquele grão de areia que se tornou uma mulher e criou sua família seguindo o caminho das graças, para que retornasse ao pó sob Sua luz Divina. A família se reuniu em oração, pedindo ao Deus guardião do céu que a acompanhasse durante a passagem para um plano espiritual, e que ela encontrasse a luz eterna e paz. Eles também solicitaram que o amor que tinham por Maria em vida continuasse para sempre. Foi então feita a última oração em homenagem à alma de Maria, pedindo pelo seu descanso merecido.


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Beijos da raposa 💋

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